Microsoft fará hoje (18) o primeiro teste de sua urna eletrônica


Microsoft fará hoje (18) o primeiro teste de sua urna eletrônica

A ElectionGuard, a plataforma de registro e contagem de votos que a Microsoft vinha desenvolvendo desde julho de 2019, terá hoje (18) o seu primeiro teste real: a iniciativa open source da dona do Windows será usada durante as eleições de representantes da Suprema Corte de Wisconsin, nos Estados Unidos.

A plataforma consiste de um software de código aberto rodando em um tablet da linha Surface, e não ficará exclusivamente responsável pela eleição de hoje: basicamente, apenas algumas centenas de votos é que ficarão ao encargo da ElectionGuard, enquanto a maior parte seguirá pelos métodos já aplicados no país. Isso se dá porque, em caso de algum problema, o volume de votos na plataforma da Microsoft pode ser descartado dentro da margem de erro.

A iniciativa usa o que se convém chamar de “criptografia homomórfica” — basicamente, é uma forma de encriptação onde o sistema consegue processar dados sem identificá-los: sabe a questão do “voto secreto”? É isso, em resumo: a ElectionGuard consegue contar o voto feito na máquina, mas não quem o fez, além de imprimir um comprovante de voto que pode ser contado em paralelo com a máquina, adicionando uma camada maior de transparência, segundo oficiais do teste. Atualmente, a Microsoft já conta com parcerias com as empresas Smartmatic e Clear Ballot — duas fornecedoras de urnas eletrônicas — como parcerias.

O processo funciona da seguinte forma:

  • O eleitor vai escolher candidatos em uma tela sensível ao toque e confirmar a sua decisão
  • Depois, o eleitor terá impresso o seu voto, para revisão de precisão, além de simultaneamente receber um código de rastreio
  • O comprovante de voto será depositado em uma caixa, para contagem
  • O código recebido pode ser usado em um site, a fim de verificar se o seu voto foi confirmado, contabilizado ou se foi alterado de alguma forma. Vale citar, porém, que o código não informa “em quem” o eleitor votou, então terceiros não terão essa informação
  • A criptografia homomórfica permitirá a contagem de votos sem que eles sejam descriptografados
  • O kit de desenvolvimento de software da ElectionGuard também dá suporte a terceiras entidades com apps de verificação, gerando independência de resultados e para confirmar se os votos criptografados foram contabilizados corretamente, sem alteração. Tais apps podem ser criados por oficiais da eleição, veículos de imprensa ou qualquer outra entidade terceirizada de interesse no processo eleitoral
  • Máquinas voltadas à acessibilidade, como o Surface e controle adaptado do Xbox, também têm suporte da ElectionGuard

Vale citar que os Estados Unidos estão enfrentando um fiasco dentro das eleições primárias do Partido Democrata: no estado de Ohio, a contagem de votos atual gerou erros crassos, gerando revolta dos candidatos — em especial, Bernie Sanders. A razão para isso é que as primárias vão determinar quem do partido será o adversário de Donald Trump nas eleições presidenciais, previstas para o final deste ano.

Fonte Microsoft