Picape elétrica da Nikola promete derrotar Tesla Cybertruck


Picape elétrica da Nikola promete derrotar Tesla Cybertruck

O Badger vai de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos, tem mais de 900 cavalos de potência e autonomia de quase 1 mil quilômetros

A Nikola Corporation, uma startup sediada no Arizona que trabalha em grandes plataformas de emissão zero, anunciou nesta segunda-feira (10) que está seguindo os passos de Rivian, Ford, Tesla e GM no mercado de picapes elétricas com um caminhão chamado Badger.

Trata-se de um veículo de célula de combustível, o que significa que ele usa hidrogênio de um tanque recarregável e o converte em eletricidade para alimentar os motores. Mesmo assim, o carro virá com uma bateria auxiliar integrada que, segundo a Nikola, será grande o suficiente para alimentar a picape sozinha.

A Nikola adota uma abordagem semelhante em suas grandes plataformas. A empresa prioriza caminhões movidos a hidrogênio, mas também venderá versões apenas com bateria e com menos alcance geral para caminhões de transporte mais curto. De fato, a caminhonete aparenta ser movida por uma versão reduzida da tecnologia que a Nikola desenvolveu para seus grandes caminhões comerciais.

Nikola

Essa não é a primeira vez que a Nikola se expande para além dos caminhões. No ano passado, a empresa anunciou uma moto aquática elétrica e um veículo utilitário off-road. Para o Badger, a companhia promete algumas especificações impressionantes, incluindo até 600 milhas (965,6 km) de alcance com o tanque de hidrogênio cheio, e até 300 milhas (482,8 km) de autonomia apenas com energia da bateria. A picape deve ser capaz de gerar mais de 900 cavalos de potência e ir de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos.

Um caminhão movido a hidrogênio com uma bateria tão grande ajudaria a evitar o maior problema dos veículos a célula de combustível: quase não há infraestrutura de suporte. Estações de enchimento de hidrogênio são extremamente raras; nos EUA, eles estão localizados quase exclusivamente na Califórnia. Ter uma bateria com tamanha duração ajudaria um proprietário a sobreviver, caso não tenha perto alguma estação de abastecimento ou, na pior das hipóteses, até que mais postos sejam criados.

A construção de centenas de estações de hidrogênio próprias também faz parte dos planos da Nikola. Quando o Badger pegar a estrada, é possível que a parte da infraestrutura da equação não pareça mais tão sombria quanto é hoje.

Entretanto, ainda há muitas pontas soltas. Por um lado, a Nikola não disse quando planeja colocar o Badger à venda. E enquanto a startup tem um acordo com uma empresa europeia de caminhões para construir veículos de emissão zero para o continente, a empresa tem um longo caminho a percorrer antes de se tornar um negócio autossustentável. Mesmo assim, provavelmente será necessário muito mais dinheiro para colocar um veículo como esse no mercado.

A Nikola disse em seu anúncio que o Badger “será construído em conjunto com outro OEM utilizando suas peças e instalações de fabricação certificadas”, mas não disse quem é esse fabricante. Também não mencionou o custo. Os veículos elétricos ainda custam milhares de dólares a mais que seus equivalentes tradicionais. A adição de tecnologia de célula de combustível de hidrogênio só aumentará essa lacuna.

Embora não haja picapes elétricas em massa à venda no momento, muito em breve esse panorama deverá mudar. A Rivian deve entregar suas primeiras picapes e SUVs elétricos até o final de 2020. A Ford tem um F-150 totalmente elétrico a caminho, e a GM está trabalhando para um retorno do Hummer em versão elétrica até o final de 2021. A Tesla Cybertruck deve pegar a estrada até lá também, e algumas outras startups também estão investindo nesse mercado.

Se e quando o Badger chegar ao mercado, ele provavelmente enfrentará muita concorrência séria. Mesmo assim, a Nikola fez grandes elogios ao potencial da picape. Em seu anúncio, a empresa afirmou que o Badger “foi projetado para lidar com o que uma empresa de construção poderia precisar e superar todas as outras picapes elétricas no mercado em tração, potência e autonomia”.

Fonte The Verge , Via Olhar Digital