Adobe volta atrás e oferece reembolso para usuários na Venezuela
A Adobe anunciou que vai interromper o acesso a seus serviços na Venezuela em 29 de outubro devido a uma ordem executiva do presidente Donald Trump; serão afetados o Photoshop, Illustrator, Creative Cloud, entre outros. A empresa disse até mesmo que não daria reembolso para os usuários, e que iria barrar o site de portfólios Behance no país, mas voltou atrás nesses dois pontos.
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Um documento de suporte da Adobe sobre o bloqueio na Venezuela foi atualizado com novas informações. “Se você adquiriu seus produtos diretamente com a Adobe, você receberá um reembolso antes do final do mês por qualquer período de licença pago e não recebido. Estamos trabalhando para que nossos distribuidores ajam da mesma maneira”, explica a empresa.
Antes, ela dizia que não poderia oferecer reembolso porque a ordem executiva dos EUA ordena a interrupção de todas as atividades comerciais com a Venezuela, incluindo o pós-venda.
A Adobe também afirmava que o Behance, um serviço gratuito, seria afetado pelas sanções. Agora, ela diz: “podemos confirmar que o Behance continuará disponível na Venezuela”.
Venezuelanos recorrem à pirataria após sanção
No entanto, a empresa realmente está de saída do país: “para cumprir a ordem executiva, a Adobe desativará todas as contas na Venezuela em 29 de outubro de 2019, com exceção do Behance”.
Por isso, há quem recorra à pirataria. A universitária Gremiana Gonzalez, que estuda artes gráficas, publicou no Twitter algumas instruções para “liberar qualquer aplicativo da Creative Cloud”.
Ela também disse: “nestas circunstâncias, ou você usa software pirateado ou você não come; sei que, assim como eu, muitos venezuelanos dependem completamente de frilas e o pacote da Adobe é o mais usado”. Os tweets, reproduzidos pela Reuters, foram apagados.
A ordem executiva de Trump foi publicada no início de agosto, e congela todos os bens do governo de Nicolás Maduro que estiverem nos EUA. Ela também afeta pessoas que tiverem “ajudado, patrocinado ou fornecido apoio financeiro, material ou tecnológico” para o regime. Fica proibida “qualquer contribuição ou provisão de fundos, bens ou serviços por, para ou em benefício de qualquer pessoa cujo patrimônio esteja bloqueado”.
As sanções dos EUA são uma tentativa de retirar Maduro do poder. Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, tuitou em agosto que “a ditadura não tem apoio popular, e sim uma estrutura cuja fidelidade é mantida pelo dinheiro saqueado da República”. Ele defende que a ordem executiva de Trump “visa proteger os venezuelanos”.
Via Ars Technica.